Horas depois, Hisoka cruzara as plantações de arroz. A paisagem natural de outrora havia sido substituída pelas construções ferrosas e cheiro de fuligem, marca registrada do centro industrial de Amegakure. Pra falar a verdade, era a primeira vez que ele ia até lá, e estava surpreso com tanta urbanização. – Consegue me ajudar a encontrá-los? – Perguntou ao vento. Aos olhos dos demais, parecia falar só, mas o questionamento tinha endereço, a serpente de Ron Ron. Enquanto aguardava uma resposta, volvia os olhos e pescoço nos arredores, parado sob uma estação qualquer, protegido da chuva. Mantinha atenção redobrada, principalmente por saber que os adversários podiam ser extremamente furtivos.

– Que barulho infernal... Não consigo ouvir quase nada além disso... – Sussurrou. Os olhos vagando pelas estruturas de metal que pareciam gritar de agonia a cada pingo da bátega. Seu rosto expressava certa aflição; às vezes podia jurar que os ouvidos fossem explodir. Os mesmos olhos brilhavam aos informes de neon, que davam ares futurísticos àquela região de Amegakure. À frente, cerca de duzentos metros, havia um indicando a localização da mina, mas ele logo tratou de ser coberto pela silhueta de três homens. Pela aparência do trio, pareciam trabalhadores locais. À primeira vista, pessoas normais, porém, a serpente atenta fez questão de questioná-lo sobre um detalhe. – Hum? Três... Por quê? – Perguntou, de semblante meândrico, observando-os por cima do ombro. A surpreende resposta da cobra, então, o fez apertar os olhos, pregueando as rugas da glabela. Entendo... – Gosta de cerveja? – Outro sussurro junto a um riso quase que completamente escondido. A mensagem à serpente era clara: iriam segui-los até o bar.

Hisoka deixou que o trio se distanciasse alguns metros antes de acossá-lo. O suficiente para não perdê-los de vista, como também não chamar tanta atenção. No bar, procuraria uma mesa nem tão próxima, mas que ficasse num ângulo de soslaio, em que pudesse notá-los de esguelha, sem precisar fazer contato direto com o olhar. – Uma cerveja. – Sua mão alçou, de dedos relaxados, sem muita extravagância, chamando o atendente.

Poucos segundos depois que se sentou, Hisoka teve a atenção fisgada por uma voz no pé do ouvido. Seus olhos correram rapidamente em sua direção, vislumbrando um homem à mesa junto a ele. Quando...? Cerrou o olhar. Ele havia aparecido subitamente, como se tivesse se teleportado ali. Ou sempre estivera, porém não à vista do patife. E a serpente confirmou isso, logo após subir suas costas, deslizando seu corpo gélido pela sua espinha, eriçando os pelos de Hisoka num arrepio. Três oponentes... Para não chamar atenção, o lutador focou o olhar na garçonete, embora concentrasse a visão em soslaio na mesa à esquerda, onde estariam os outros dois inimigos. Realmente não enxergava nada, mas precisava acreditar na cobra. Era a única informação que tinha ali. – Somente a cerveja. – Após encarar a garçonete por alguns instantes, estranhando seu titubeio, Hisoka meneou com a mão, indicando que aquele era seu único pedido. – Ah... – Soltou ar pela boca, relaxando os ombros. – Só uma cerveja pra esquecer esses problemas de Ame... – Deixou o comentário no ar, à espera de alguma resposta do homem a sua frente. Hisoka estava cauteloso, ainda que não fizesse seu feitio. Durante o meio tempo, sua mente se esforçava para pensar em alguma forma de duelar contra inimigos que não pode ver.

Durante a palra, Hisoka sentiu um calafrio. Era como aquela sensação de ter alguém próximo a você, mesmo que você não esteja vendo. A sensação foi acentuada quando a serpente alertou sobre a proximidade de um dos homens invisíveis, momento em que Hisoka engoliu em seco; sua imaginação o fazia ser capaz de sentir a respiração dele rente a sua pele. Teve de se controlar ao máximo para não girar o corpo e esmurrar aquela criatura covarde. A cena até foi criada em sua mente e, por um instante, era como se seus músculos fossem se mover sós, mas não podiam; ao menos não ainda. – Um brin- – Estava prestes a tocar seu corpo de cerveja ao do homem quando os mineiros de outrora se aproximaram. Um deles abraçou o patife, exalando um forte hálito boêmio. – Hey! Hey! – Hisoka apertou o rosto em ojeriza, tentando afastá-lo com o cotovelo, forçando com um pouco mais de vigor se necessário. – Ok, ok. Já deu. – Reprimiu os bêbados, embora sua atenção estivesse voltada para o possível inimigo à frente.

Hisoka nem chegou a tomar um único gole de sua cerveja, batendo-a contra a mesa de madeira, entre o homem e ele. – É mesmo? – Respondeu com certa rispidez na voz. A glabela crispou, encarando-o, inflexível. – Onde? – No instante que mencionou a palavra, Hisoka contraiu as costas de leve num movimento de adução das escápulas, suficiente para chamar a atenção da serpente. O que queria dizer com isso era óbvio, e ele tinha certeza que ela entenderia. Não estava perguntando ao homem, e sim a ela: onde estavam os homens invisíveis naquele exato momento?

– Perfeito. – De lábios moldados num sorriso sibilino, Hisoka diria assim que recebesse a resposta da serpente, o que provavelmente coincidiria, também, com a resposta do homem. A partir de então, durante os próximos segundos, seus movimentos pareceriam ocorrer em câmera lenta, amalgamando toda sua habilidade física e inteligência na concepção de uma estratégia de batalha. Sim, batalha; a peleja estava prestes a começar.

Primeiro, ergueria o joelho direito subitamente, que ascenderia de baixo para cima sob a mesa de madeira que o separava do homem a sua frente. Seu objetivo era tirá-la do chão e jogá-la contra o adversário, não apenas para criar um átimo de distração e tampar sua visão, como também para derramar a cerveja que ele colocara sobre a mobília instantes atrás. Poderia ser um gesto simples, mas faria toda a diferença caso ele se tornasse invisível dali pra frente. Hisoka poderia enxergá-lo através da bebida. Imediatamente depois, O Fantasma Atroz usaria a informação dada pela serpente para atingir o outro inimigo, este que seria o mais próximo, provavelmente logo em suas costas. Para isso, o tornozelo esquerdo deslizaria pelo assoalho numa rotação em seu próprio eixo no sentido anti-horário, enquanto o joelho direito – previamente flexionado e no ar – esticaria, propiciando um chute alto numa altura próxima aos um metro e setenta centímetros, o que corresponderia à cabeça do oponente – se ele fosse baixo, ou pescoço – se mais alto. – Hyou no Supin! – Sabendo da possibilidade de reação e um eventual agachamento, Hisoka intentaria estar um passo à frente de modo que, se atingisse apenas o vento, rapidamente vergaria a coluna e a cintura, jogando todo o peso do centro de gravidade para baixo junto à perna, que iria como uma guilhotina na direção do topo do crânio inimigo, afundando-o contra o chão enquanto acompanhada de um fio cerúleo.


– Uarrghhhh!! – Logo após, o assassino bradaria, como quem estivesse recrutando forças, momento antes de atingir impetuosamente o solo com a planta do pé¹. A técnica faria uma onda de choque ser liberada, assim como causaria uma breve destruição no cenário, desestabilizando por completo todos aqueles que estivessem sobre o chão. Com isso, Hisoka interromperia um possível contra-ataque do terceiro adversário, o último invisível, cuja localização também teria sido repassada pela serpente. Se ele eventualmente tivesse trocado de posição, a instabilidade criada pelo jutsu do patife poderia gerar alguma oscilação em sua invisibilidade, o que culminaria numa "falha" no ambiente onde ele estivesse. Portanto, seus olhos correriam pelos locais próximos ao paradeiro a priori na busca por essa brecha. Quando encontrasse, avançaria a toda velocidade, tamanha que seu corpo seria deixado para trás por um breve vulto antes de reaparecer no que julgaria ser as costas do combatente, tal como a sombra de uma folha². Ali, com a perna esquerda esticada atrás da linha do corpo e a direita flexionada, numa perfeita linha de base que garantiria todo o equilíbrio necessário, golpearia a vítima com o punho destro fechado. Levando em conta sua invisibilidade, um golpe perfeito dependeria de sorte, mas Hisoka se esforçaria para tentar atingir a base de sua lombar, o que dificultaria o movimento de seus membros inferiores dali em diante. Ademais, não se limitaria ao soco, cujo ângulo levemente inclinado não permitiria que o adversário saísse voando aos ares; pouco antes de retirar o contato de seu punho, deslizaria a palma da mão aberta, onde deixaria um papel bomba colado no local.

Por fim, impulsionaria a sola dos pés contra o chão para um salto, em que cambalhotaria em pleno ar antes de aterrissar no balcão do estabelecimento, onde teria uma visão privilegiada do ambiente. – Uf... – Ar seria exalado de seus pulmões, atravessando os lábios úmidos de suor. O rosto expressava concentração, de olhos em varredura na expectativa de saber o resultado de sua primeira ofensiva. A pose de base de seu estilo não seria abandonada, com o tronco bem ereto e de coluna ajustada, punhos cruzados à frente do tórax, esquerdo liderando, de dedos arqueados e relaxados. – Finalmente. Já estava me irritando fazer o papel de bom moço. Huhu... – Abafaria o riso à glote, bordando a boca num sorriso convencido.




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¹ Utilizada a técnica "Zouikioi".
² Utilizada a técnica "Kage Buyō".

Adendos:
– Personagem com VEL IV, TAI V e CON I durante as ações de combate em virtude do estilo de luta "Ryusui Gansai Ken".
– Gastos de Stamina: Ryusui Gansai Ken (5), Ryusui Gansai Ken: Hyou no Supin (28), Zouikioi (28), Kage Buyō (10), Soco (2).
– Gastos de Chakra: Nenhum.
– Dreno de Chakra: Ryusui Gansai Ken: Hyou no Supin (40), Soco (5).

Estilo de Luta Ativo:

Jutsus Utilizados:

Papel Explosivo:

Embora o chute de Hisoka não tenha acertado o adversário em cheio, a inteligente rotação de quadril que ele fez, esmagando o crânio inimigo contra o chão, foi suficiente para nocauteá-lo. Um a menos... Tudo estava acontecendo conforme o planejado. O último oponente não apenas havia sido localizado como também golpeado, no entanto, logo depois de sentir seu punho afundar na pele da vítima, um zumbido tomou conta de seu ouvido. Droga! O patife não teve tempo de reação. Os olhos esgazeados fulguraram ao estopim da explosão e, num átimo, somente pôde sentir uma forte pressão contra seu corpo, tamanha que foi lançado violentamente contra uma das paredes do estabelecimento. As costas pareciam ter sido esmagadas e o peito ardia intensamente. O cheiro de sangue e queimado também não tardou a ascender às narinas. – Mas que porra... – Resmungou, de voz pesada em virtude da compressão nas costas. Arfava um pouco enquanto retirava os escombros de cima do corpo, observando os arredores. Estava um caos. Morte e destruição por onde olhava. O tinido chato nos ouvidos fazia os gemidos ficarem abafados, assim como o farfalhar das chamas derradeiras. À mente veio a imagem de Ron Ron comentando sobre os adversários serem "explosivos". Bem, agora ele havia visto na prática. – Cadê o último desgraçado!? – Esbravejou, de rosto contorcido, tomado pela cólera. Conseguia sentir o calor deixando o corpo, que parecia esfumaçar. Seus músculos, agora desnudos, estavam dilatados, cheios de vigor, sugerindo que haviam abraçado por completo aquela briga.


A cerveja que jogara no homem se camuflou junto ao corpo, mas ainda havia o cheiro e, também, as gotas que manchavam o chão¹. Hisoka, porém, não teria tempo para buscá-las. Em segundos, o assoalho ao seu redor – ou o que sobrou dele – pareceu ganhar vida própria, se deslocando na direção do patife. Havia marcações e escrituras por toda sua extensão, o que fez o ninja teorizar. Fuuin!? Não. Era ainda pior. Mas pouco importava, ele não se deixaria ser pego por eles. Seus joelhos flexionariam, contraindo as panturrilhas antes de partir ao ar num rápido salto. Já imaginava que aquela coisa estranha fosse segui-lo, então se prepararia para uma outra evasiva, imediatamente depois. Portanto, rotacionaria o corpo durante o pulo, de modo que a sola dos pés fossem de encontro ao teto; se não mais tivesse um, em alguma viga que parecesse resistente. Assim que sentisse o contato, outra flexão de joelhos e empurraria a estrutura para se lançar em direção à atendente, a qual ele vira acenando de esguelha. Quando se aproximasse dela à toda velocidade, a agarraria pelo tronco e pescoço, movendo-se as suas costas. O braço esquerdo estaria atravessado à frente da garganta, num mata-leão, embora não fizesse tanta força, enquanto o direito forçaria o dela para trás, subjugando seu ombro para imobilizá-la. – Me diga tudo que sabe desses desgraçados. – Sussurraria ao pé do ouvido dela. Seu tom não seria nada aprazível; estava rasgado, de pregas vocais tensas. Hisoka havia percebido que ela não estava tão à vontade assim na presença do homem com quem bebia. Provavelmente sabia de algo, informação que poderia ajudá-lo, tanto no combate, quanto no resgate dos reféns.

Um pouco mais sossegado, Hisoka poderia se esforçar para tentar encontrar as gotas de cerveja pelo assoalho. Desse modo, poderia especular a posição do adversário derradeiro, mesmo que não exatamente. Durante a varredura, trocaria olhares rapidamente com os homens nos arredores do estabelecimento. Que merda é essa...? Que seja. Não podia focar neles naquele momento, logo tratando de retomar a caça pelo oponente invisível.



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¹ Entendo que a cerveja fique invisível junto ao adversário, mas imagino que parte dela, a que pinga no chão sempre que ele se movimenta, deixa de ficar invisível, não?

Adendos:
– Personagem com VEL IV, TAI V e CON I durante as ações de combate em virtude do estilo de luta "Ryusui Gansai Ken".
– Gastos de Stamina: Ryusui Gansai Ken (5).
– Gastos de Chakra: Nenhum.
– Dreno de Chakra: Nenhum.

Estilo de Luta Ativo:

Calor e fragores. Aquele estabelecimento ficou de pernas pro ar num combate que alcançou um ritmo alarmante em pouquíssimos segundos. Hisoka mal conseguia ouvir a própria respiração, embora ainda fosse capaz de sentir o ar quente deixando as narinas enquanto se reposicionava celeremente pela loja. De soslaio, via os clarões que as explosões deixavam em suas costas. Os papéis bombas incapazes de acompanhar sua altíssima velocidade fulgurando um a um numa reação em cadeia até que não houvesse mais nenhum.

Então, em instantes O Fantasma Atroz tinha a dona do estabelecimento em seus braços, imobilizada. No entanto, para sua surpresa, ela não parecia inimiga; pelo contrário. A mulher apontava para um alçapão em sua retaguarda, indicando que deveriam seguir por ali. Hisoka virou o pescoço de leve, observando a estrutura antes de tornar a trocar olhares com os adversários. As íris cróceas ainda resvalaram nos feridos. Os trabalhadores de outrora estavam mortos; horrivelmente mortos, pra falar a verdade, e, se não fosse pelas suas habilidades de batalha, o patife estaria na mesma. – Argh, que saco... – Reclamou, vendo os homens de vestes iguais forçando os escombros. O meio-tempo fez Hisoka perder o foco na peleja. Não mais conseguia localizar o oponente invisível, nem mesmo com a cerveja que deixara em seu corpo. O cheiro de malte era irrisório perto de todo aquele flavor de fumaça e sangue. – Que seja. – Estalou a língua no céu da boca, dando meia volta em direção ao alçapão. O Fantasma não é do tipo que foge de combates, mas aquilo ali envolvia algo a mais. Não era apenas prazer e deleite aos músculos; parecia dispor de uma essência política por trás, e ele, curioso em saber do que se tratava, preferiu o acesso à informação, a qual não teria se a mulher ao seu lado morresse, ou ele próprio.


Com a chave em mãos, Hisoka seria ágil na abertura do alçapão, levantando a comporta e permitindo que a mulher fosse primeiro. Uma olhada por cima do ombro depois para averiguar a situação e ele entraria também, fechando a portinhola com a chave. Seguiria a mulher pela portela a passos ágeis, inquirindo-a de imediato: – Quem diabos são aqueles caras? E que diabos é resistência? – Dava enfoque à última palavra, hasteando uma das sobrancelhas em dubiez. Ao que parecia, os ânimos teriam de dar uma relaxa por ora para que ele ficasse por dentro dos assuntos políticos da vila.

Hisoka não parava de resmungar. Se era a inquietação por estar perdendo uma batalha, ou se pela precariedade do subterrâneo das vielas, não sabia. Aquele lugar apertado, fétido e úmido era extremamente agoniante. Remetia algumas prisões que ele já frequentara no passado, memórias que ele certamente não gostaria de lembrar. – Mas por que n- – Sequer teve tempo de questioná-la. Sua dúvida acabou interrompida por uma explosão aos fundos que lhe fez recuar o corpo num sobressalto e, antes mesmo que pudesse reagir devidamente, foi puxado para uma fresta, uma espécie de trincheira vertical em meio à galeria. Só pôde ver o clarão tomar conta dos olhos, que apertaram, e o calor torrar os pelos de todo o corpo. A implosão pareceu promover uma espécie de reação em cadeia que liberou uma torrencial labareda. – Inflamável!? – Uma pergunta óbvia levando em conta o que acabara de presenciar. Quando a chama cessou, colocou a cabeça para fora da fissura, tentando ver algo de onde ela se originara, mas via apenas escuridão, como antes.


Eles voltaram a correr em seguida. Dessa vez, porém, Hisoka cansava. Era como se seus pulmões não estivessem recebendo oxigênio, ainda que puxasse o ar com todo seu vigor a cada passada. Pouco tempo depois e o peito ardia, como se estivesse queimando por dentro, a garganta estava seca e a visão turva. Droga, acho que vou... De rosto suado e olhos trêmulos, pensou que iria desmaiar, mas, então, um novo clarão preencheu as retinas; desta vez, porém, um fulgor natural. Era a luz do sol. Amorada pelas nuvens carregadas de chuva, claro, mas ela estava lá, presente como nunca esteve durante os últimos minutos. – Uma saída! – As palavras levaram embora os últimos provimentos de oxigênio antes que ele pudesse inspirar novamente. A boca inchou como um balão, propiciando o que foi, provavelmente, a melhor tragada de ar que ele já dera em toda sua vida. Era como se botões murchos estivessem florescendo em seus alvéolos.

– Que homem? – Ainda a arfar, recuperando o fôlego, inquiriu. A glabela estava crispada, demonstrando curiosidade, ainda que os olhos passeassem pelos arredores a todo instante. Os passos que ouvia pareciam vir de todos os lados. – Preciso ajudar dois camaradas, na verdade. – Revelou, referindo-se aos dois espadachins que enfrentara no dia anterior. Havia prometido para Ron Ron; e palavra era algo que o patife prezava bastante. – Sabe de algum lugar onde eles deixam prisioneiros ou algo assim? – Perguntou com certa esperança, fazendo um meneio com a cabeça. Aquela mulher parecia saber de muitas coisas, talvez soubesse disso também.

Apesar da área privilegiada que encontraram, Hisoka sabia que aquele ambiente fechado seria um péssimo local para uma batalha, principalmente ao levar em conta as habilidades explosivas dos adversários. Além disso, o Nukennin estava cansado. Precisava recuperar as energias para que pudesse lutar a todo vigor. Por isso, ele continuaria seguindo a garçonete, reforçando suas dúvidas caso ela não o respondesse. No entanto, antes de continuar a caminhada pelas vielas sem contato com a atmosfera, o patife faria questão de sorver bastante oxigênio, para que minguasse os efeitos adversos do ar rarefeito.

– Inasa? – Repetiu, de olhar confuso. Hisoka já ouvira falar, mas não conseguia conceber a imagem de um rosto à mente. Instantes depois, a mulher revelou um ponto do esconderijo que poderia ser o local onde os prisioneiros estavam sendo mantidos, mas ela deixou claro que não seguiria por ali. O patife tinha de tomar uma decisão, decisão que era difícil de ser pensada com toda a barulheira lá fora. O clima estava esquentando e uma batalha parecia prestes a desenrolar na superfície.

Kumotta!? Expressou surpresa ao ouvir o nome. Era o mesmo que Ron Ron havia mencionado tempos atrás. Então eles realmente estavam envolvidos com tudo isso. No fim, todos esses nomes e essas informações estavam começando a ganhar a curiosidade de Hisoka, que cada vez mais gostaria de estar a par desses segredos do submundo da aldeia da chuva; e ele precisaria estar para alcançar seu objetivo, sua vingança. – Droga... – Sussurrou. Havia aborrecimento em seu rosto, que dava uma última olhadela em direção à saída que poderia levá-lo aos prisioneiros. Sentia-se mal por pensar que pudesse estar deixando-os na mão, mas sequer tinha uma certeza de seu paradeiro. Além disso, estava cansado e ferido. Ser apressado poderia fazer o tiro sair pela culatra, e o experiente nukennin sabia disso. – Aguentem mais um pouco... – Requiriu, virando o corpo em direção à saída que a mulher pegara. Óbvio que não o ouviriam, até pelo baixo tom, mas é de costume fazer essas preces.

Ele voltaria para ajudá-los, apenas tardaria um pouco mais o resgate.

O caminho levou Hisoka para um lugar apertado. O patife se espremia da forma que podia para conseguir atravessar aquela ruela, cuja altura era inferior a dele. Como a maior parte do trajeto, era escuro, e desta vez ele não tinha a mulher para guiá-lo, restando-lhe seguir em frente. Em minutos, avistou uma rua. Os barulhos de outrora voltaram mais fortes, mais presentes. – Inferno de lugar... – Caminhando praticamente de cócaras, reclamou, como de praxe.

Próximo à saída, uma voz lhe chamou a atenção, principalmente pela visível proximidade. Vinha de baixo, lugar que Hisoka teve de se esforçar mais que o comum para conseguir vislumbrar por conta do espaço apertado. Era um homem boêmio, que esgoelava a torto e a direito. O odor de álcool e hircismo não tardou a predominar às narinas do patife, que, assim como fizera com os trabalhadores no estabelecimento, entortou o nariz. – Xii... – Fez sinal de silêncio, de indicador tampando os lábios, mas era tarde. Alguns dos homens da rua acabaram escutando e tiveram a curiosidade fisgada a averiguar. Droga... Hisoka sugou a parte inferior dos lábios, matutando. Era difícil se posicionar corretamente naquela apertada viela para um eventual combate. Restava a ele encontrar outra opção para desvencilhar os guardas. Sua mão direita já deslizava em direção à bolsa ninja, onde preparava a puxada de uma kunai, quando os olhos fixos na entrada da ruela notaram o recuo dos homens. Alguém havia os chamado de volta. – Fu... – Soltou ar pelos lábios, de olhos fechados, em alívio.

Mulher...? Não pôde deixar de ponderar. Provavelmente estavam se referindo à garçonete. – Acabei perdendo ela de vista, merda... – Sussurrou, queixando-se de sua demora em tomar uma escolha nas saídas atrás. Ainda assim, não podia ficar ali parado. Seria questão de tempo até que o encontrassem. Era preciso estar sempre em movimento, sempre mudando sua localização. Quando achasse que a poeira havia abaixado, Hisoka espiaria rua afora, expondo seu rosto somente o necessário. Tentaria localizar os guardas de outrora. Eles haviam dito que precisavam ir a algum lugar, talvez o levassem direto a base deles. Certo, está seguro. Pensaria assim que visse a oportunidade de sair do beco, caminhando detrás dos guardas numa distância segura, por volta dos quinze metros. Os seguiria, acompanhando sua velocidade, enquanto também atentaria aos arredores, buscando encontrar a origem das explosões que ouvia.

De tocaia detrás de uma parede de esquina, Hisoka via o cenário de guerra com os próprios olhos. Uma luta desenfreada; e bizarra, pra falar a verdade. A mulher que se destacava em meio aos soldados de túnica parecia combater o vento. Sua espada sibilava lá e cá, rasgando o ar como se estivesse à beira da loucura, mas não; pelo contrário; ela sabia muito bem o que estava fazendo. Em instantes, a lâmina que retinia à aragem esboçou um chirrio mais seco, típico de carne sendo dilacerada. Não tardou até que o sangue jorrasse, do mais completo além, e uma cabeça rolasse pelo chão na direção do patife. Seus olhos perderam o brilho pouco a pouco, indicando a morte do Kumotta, que ele reconhecera graças às vestes. Uma sensorial? Ponderou de pálpebras apertadas. Somente assim para que conseguisse enfrentar essa laia covarde.

O foco no combate da mulher, porém, tirou-lhe a atenção dos demais elementos do cenário. Uma kunai explosiva havia sido lançada em sua direção sem que ele percebesse. Por sorte, atingiu o concreto, explodindo-o em milhares de destroços. Hisoka sentiu a poeira e os detritos resultantes da implosão beijando sua pele suada, despertando-o de volta à realidade. Embora o ouvido estivesse dominado por um zunido desagradável, os olhos não mais deixavam escapar um lance sequer do campo de batalha. – Me viram... Tsc. – O resmungue, como de praxe, não podia faltar. As retinas fotografaram três adversários notórios, dois deles vindo num ataque direto. Levando em conta o que o patife vira em sua luta anterior, esses subalternos não pareciam temer à morte, ao ponto de serem capazes de se sacrificarem sem titubear. Por isso, um confronto corpo-a-corpo, à primeira vista, poderia não ser a melhor escolha de Hisoka. Por sorte – e competência, o habilidoso lutador dispunha de outras formas de guerrear.

– Meiton... Saishu Handan... – A voz grave e plácida, como se fosse o orador de um funeral, precedeu a formação de uma esfera enegrecida em sua mão direita, carregada de poder. O orbe, então, se alastraria na forma de raios negros, que avançariam na direção da dupla inimiga, que teria a esquiva dificultada devido sua própria tentativa de acometida contra o Nukennin. Assim que os atingisse, as centelhas se dispersariam num perfeito formato retangular em seus arredores, prendendo-os numa espécie de sarcófago negro. Essa técnica, que costuma ser usada apenas contra um adversário, provavelmente cercaria os dois, em virtude da proximidade de ambos; ataques sincronizados também tem suas adversidades. Logo que o caixão estivesse lacrado, o sepultamento viria; uma dezena de estacas negras seria formada nas paredes da estrutura e fincaria quem quer que estivesse lá dentro. De fora, o ruído da carne sendo rasgada e o gemido das vítimas nutriria o ouvido dos presentes.


Restaria apenas um oponente, este que tentou um ataque à longa distância, o lançamento de uma kunai. Era óbvio que uma mera faca ninja não pararia a besta Fantasma. Havia algo além, e Hisoka sabia, principalmente ao levar em conta o repertório que essa organização tem mostrado desde que a conhecera. – Imbecis... – A arma, que silvava ao ar, encontraria somente o vazio. A silhueta do patife seria deixada para trás diante de uma rapidíssima movimentação em arco, visando a retaguarda inimiga. Desta forma, à vista dos comuns, o célere shinobi sumiria e reapareceria nas costas do combatente derradeiro num piscar de olhos¹, minguando sua capacidade de reação. Apesar disso, imaginando que ele ainda pudesse dispor de alguma carta na manga, como o homem-bomba de mais cedo, o finalizaria sem dar chances de retruque. A mão de Hisoka iria de encontro à cabeça do Kumotta, na forma de um gancho. Então, em contato direto, apertaria seu crânio, ativando sua habilidade sanguínea². O chakra do azarado seria drenado com intensa potência e velocidade, provocando uma sensação que ele provavelmente nunca experienciara. Seria como ter sua alma arrancada para fora do corpo, esgotando suas energias tão fortemente ao ponto dele ser incapaz de responder com algum contra-ataque. Os olhos austeros do algoz sanguinário, marcados afiadamente em seu semblante empedernido, concentravam-se em localizar outros eventuais adversários, assim como tentar entender o contexto daquela guerra. Ao que parecia, aqueles que seguiam a mulher espadachim eram, ao menos por ora, seus aliados – ou ele era aliado deles, como preferir.



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¹ Utilizada a técnica "Kage Buyo" para esquivar da kunai e se aproximar do adversário, diretamente em suas costas, visando surpreendê-lo.
² Utilizada a técnica "Meiton: Kyūketsukō" para drenar o chakra do inimigo; como menciona a descrição, esse jutsu pode sugar o chakra do oponente até levá-lo à morte. Porém, nas mecânicas do Meiton, diz que, por balanceamento, essa técnica não leva à morte, mas creio que se refira mais a players, e não a esses Npc's menores. De qualquer forma, na pior das hipóteses, o deixaria inconsciente. E vale ressaltar que a fraqueza gerada pelo dreno de chakra o impediria de, por exemplo, ativar a técnica suicida com papéis bomba que Hisoka já está ciente que eles podem possuir, levando em conta o que aconteceu no bar.

Adendos:
– Gastos de Chakra: Nenhum.
– Gastos de Stamina: Kage Buyo (10).
– Dreno de Chakra: Meiton: Kyūketsukō (30); não há quantia certa nas regras, estou levando em conta 30, mas você pode adequar ao que achar melhor.

Técnicas Utilizadas:

O corpo da última vítima ruiu ao chão num baque robusto, sendo desgarrado da mão assassina do Fantasma Atroz. O sicário, porém, mal teve tempo de erguer a cabeça e procurar novas vidas para entregar à libitina. Do caos da guerra, uma silhueta surgiu, irrompendo uma nuvem densa gerada por uma bomba de fumaça que ela mesma jogara. Sem olhar para trás, a mulher agarrou com firmeza o pulso do patife, que decidiu não reagir após reconhecê-la. Uh!? É ela... Um frio súbito tomou conta de sua barriga durante a breve queda livre. Quando os pés tornaram a tocar solo firme, a surpresa; estava naquelas ruínas subterrâneas outra vez. – Essas passagens secretas surgem do nada... – Soltou despretensiosamente, mexendo a cabeça pelos arredores.

A mulher mostrou o que parecia ser uma droga. Seus efeitos, sugestivamente, poderiam ser regenerativos ou, pelo menos, paliativos ao cansaço. Apesar do rosto fechado, Hisoka aceitou, pegando-a de sua mão com os dedos em forma de pinça. Seria burrice duvidar de sua generosidade; se ela quisesse matá-lo, teria aproveitado a chance minutos atrás. – Não faça mais isso. – Disparou, de postura conspícua tanto quanto a voz. Enquanto ela o questionasse o porquê, jogaria a pílula fauce adentro, que perpassaria rasgando a garganta seca. Uma pigarreada pra ajustar os músculos do esôfago e responderia: – Me tirar de uma luta sem meu consentimento. Não faça mais isso. – As palavras eram duras, e ele não parecia brincar. Poderia parecer mera mesquice para ela, mas, para o Nukennin, significava muito. Então, sem sequer olhar em seus olhos, o patife seguiu ligeiramente atrás da kunoichi, que se apresentara como Isis. Aliás, Isis, nascida das areias e de seu próprio suor, segundo ela. – Hisoka. Hisoka Kurayami. Nascido da vingança e de meu próprio sangue. – Não pôde deixar de debicar, contorcendo os beiços para evitar que sorrisse. Ao menos a apresentação não havia ficado tão ruim; e ainda era bem condizente com sua história de vida, apesar de ter saído de um rápido improviso.


À medida que iam mais afundo, seu alento ficava mais cálido. Suor estilava de sua testa, indo de encontro ao sangue ressecado até ser desviado pelos caminhos que eles traçavam em seu rosto oleoso. O recinto estava bem mais quente, como se estivessem se aproximando do núcleo da Terra. Então, num dado momento, Isis parou, caminhando adentro cautelosamente. Seu sinal indicava que Hisoka fizesse o mesmo, e, embora ele não soubesse exatamente o porquê, decidiu acatar. Não havia uma rocha isolada em que pudesse replicar a tocaia, portanto faria logo atrás da Kunoichi, seguindo-a a passos curtos e lentos. Pouco tempo depois, algumas vozes puderam ser ouvidas, cujos donos foram vislumbrados pelos olhos atentos do patife em alguns instantes. Ao que parecia, um homem estava sendo torturado pelo mesmo grupo que ele tem enfrentado ao longo do dia. Tudo aquilo ainda estava bastante confuso para Hisoka; sem que se tocasse, já havia escolhido um lado, mesmo que não soubesse exatamente o quê defendia. – Parecem ser mais fortes que os que lutamos lá fora... – Sussurrava, enquanto as íris cróceas focavam no sexteto à frente. – Conhece ele? – Questionou-a sobre o homem torturado, mantendo o tom baixo. Ainda que ela não o conhecesse, havia alguns presos que certamente eram seus aliados, tendo em vista as vestes similares. Ver aquela cena poderia mexer com os nervos da Kunoichi, mas ela parecia mais focada em conseguir ultrapassar aquela região sem ser notada, embora não acreditasse tanto nessa possibilidade. O combate, ainda que não fosse o objetivo principal, aparentava ser iminente. Estou mais... Forte... Seus olhos observavam os braços, cujas mãos abriam e fechavam. O efeito daquela pílula era impressionante, e ainda tinha mais quatro consigo. Sentia que podia lutar incessantemente por dias. Porém, decidiu que não agiria sozinho, afinal, poderia pôr tudo que aquele povo lutava a perder, mesmo que não estivesse a par do quê.



Adendos:
– Ganhos de Chakra/Stamina: Pílulas de Ração Militar (20).

Quando Isis mencionou o curandeiro, Hisoka extasiou, como se tivesse recebido uma peça nova à mente para finalizar o quebra-cabeças. Lembrou-se do homem que socou no rosto e no brilho esmeraldino que sua mão exalou ao se curar. – Então é ele... – Murmurou, com a imagem do mascarado clareada. Um dos que se responsabilizara de resgatar estava bem ali diante de seus olhos, não podia simplesmente deixá-lo lá; dificilmente teria outra chance como aquela. Além do mais, era provável que ele soubesse o paradeiro de sua dupla, que não parecia estar ali, nem mesmo na cela.

E por falar em cela, o plano de Isis para que pudessem dispor de alguma chance naquele cenário a envolvia. Fazia sentido. A vantagem numérica mudaria de lado e, mesmo que os prisioneiros não fossem tão fortes, serviriam de algo para que Hisoka e a mulher pudessem agir. – Certo. – Meneou positivamente com a cabeça. Ele tinha um olhar astuto, com um ar de "confie em mim", de sorriso unilateral. Mal sabia ela que, na verdade, ele só estava ansioso pra poder lutar contra os mascarados, que pareciam fortes.


Então, como se lutassem lado a lado por anos, a dupla que acabara de se conhecer mostraria uma imensa coordenação em seus movimentos. Primeiro, Isis chamou a atenção da trupe somente com o balouçar de sua espada. Bem, não era um mero brandir; de alguma forma, sua lâmina pareceu atingir um dos mascarados à distância, levando-o ao chão. Pronto, todos os olhos estavam voltados para a mulher nascida das areias; agora era a vez do Fantasma Atroz. Numa cambalhota, Hisoka pulou sobre o pedregulho em que estava, aterrissando habilmente de forma a já recolher os joelhos para um impulso, na lateral da rocha. As veias de sua panturrilha saltaram à pele como se fossem estourar, acompanhando a expansão muscular em virtude da súbita contração. Logo depois veio o empurrão, suficientemente forte para que o lançasse como um míssil em direção à região onde estava a cela, deixando para trás os destroços e poeira da rocha estraçalhada. Se tudo desse certo, talvez nem mesmo os prisioneiros o veriam antes que ele, enfim, aterrissasse ali à frente. – Opa, opa! – Anunciou sua chegada de braços abertos, como se fosse um grande Messias. E, bem, até lhe deixaria ufano ver os rostos de fé e expectativa nos esperançosos encarcerados. – Uma mãozinha! – Visualizaria uma maneira de abrir aquela cela, que geralmente são compostas por uma simples fechadura, como um cadeado. Então, com um vigoroso soco na tranca, ou talvez três, a quebraria, abrindo a jaula, de tronco vergado, como numa reverência aos prisioneiros. – Pois bem... – Assim que estivessem saindo, mudaria o tom, assim como o semblante. A voz sairia mais grave, áspera, enquanto os dentes estariam à mostra num rosto crispado, de tal forma que trincaria o seco sangue retido à epiderme, dando-lhe um aspecto sevo. – Estão livres... Mas agradeceria se pudessem ficar mais um pouco... – Seu pedido chegava a ser irônico diante de sua entonação, que trazia a ele um ar de obrigação. – Aos que preferem fugir, que morram tentando escapar daqui sem nós. – Completou, com um sorriso que variava à gozação, quase como se desejasse aquilo. Talvez não fosse o melhor dos incentivos, mas poderia tocar alguns deles com aqueles dizeres, que precederam sua preparação para a batalha. Seus pés espaçaram, mantendo uma base sólida, e os punhos foram levados à frente do corpo. Então, inspirou fundo, enchendo os pulmões de ar com todo o fôlego antes de abrir o berreiro: – CAIAM DENTRO, KUMOTTAS INÚTEIS!!! – O esputo se livrou como dera entre os dentes cerrados, escapando ao ar com tanto ímpeto que podia ser visto a olho nu.




Adendos:
– Ganhos de Chakra/Stamina: Pílulas de Ração Militar (20) [2/5].