Quando finalmente eu era engolido pelo solo abria meus olhos ainda não acreditando estar vivo, a floresta que antes era verde parecia diferente e ao meu ver ela parecia em uma cor um pouco alaranjada como se fosse o outono.

Eu ainda estava preso nas plantas enquanto eu tentava me soltar mexendo cada músculo de meu corpo, mas isso parecia inútil até finalmente ouvir uma voz ao qual se aproximava atrás de mim. Ele me deixava confuso falando sobre alguém que eu nem conhecia, quem era essa tal de Drakkon e por que ele quer investigar eles e a pergunta principal é quem são eles?

— Me desculpe, eu nem sei quem é esse tal de Drakkon, nem muito menos quem são vocês. — Falava enquanto ainda me remexia nas plantas tentando me soltar. — Ei será que poderia me soltar? Eu vou te contar o que quiser saber, eu não sou daqui e quando digo isso eu falo que venho de outro universo. — Falava enquanto tentava entender quem era o tal do Drakkon.

— Para ser sincero eu vivi a minha vida inteira fugindo e sozinho, meus pais morreram depois que o meu universo se tornou um mundo pós-apocalíptico e por isso eu estou aqui com você tendo essa conversa, havia outro ranger comigo e eu simplesmente deixei que ele procurasse um carinha verde que se parecia com um goblin, não sei se me entende e eu sei que não vai confiar em mim… — Dava uma breve pausa enquanto respirava fundo pensado em apenas uma coisa naquele momento, me destransformar mesmo sabendo que isso era arriscado demais, porém, ele tinha de confiar em mim e sendo assim fechava os olhos por um segundo. — Ranger samurai oni destransformar… — Dizia assim que a armadura sumia de meu corpo enquanto eu ainda estava preso nas plantas.

— Pronto, agora não serei mais uma ameaça para você, será que podemos conversar agora que não estou mais com minha armadura? — O questionava enquanto respirava fundo na esperança dele me soltar.

E lá vamos nós de novo e desta vez era uma mulher que parecia como eu arrogante me fazendo pensar que muitas das vezes eu chego a ficar irritante, porém, ao ouvir suas perguntas e também sobre o outro ranger balançava a cabeça em desgosto de certa forma enquanto tentava me soltar. — Você nem me conhece, pare de julgar as pessoas pela capa… — Eu estava bravo e também cansado de tudo e todos aqueles que encontrei querendo apenas voltar para a casa ou pelo menos descobrir porque eu estava ali.

— Primeiramente nem conheço aquele outro ranger, nós acabamos de nos conhecer, segundo nunca vi e nem sei quem é esse tal Drakkon que você fala tanto… — Dizia dando uma breve pausa enquanto suspirava soltando uma leve risada enquanto ainda tentava me soltar. — Olha só eu caí em um lixão, pelo que entendi não era para eu estar ali, assim conheci outros rangers que caíram lá comigo e daí os robôs nos atacaram e eu revidei e o resto você já sabe… — Dava outra leve pausa para limpar a garganta. — Acabei seguindo um anão verde de orelhas pontudas e me separei do ranger que estava comigo, agora estou aqui tendo essa conversa como se você fosse meu espelho. — Eu estava indignado com o jeito que ela falava comigo e isso me subia à cabeça ativando a minha máquina de guerra interior, como eu queria que esses impulsos acabassem e meu pai realmente me amasse.

Quando terminei de falar conseguia ouvir sons de teclado e rapidamente suspirava enquanto ainda tentava me soltar. — Você também não é daqui, seria maravilhoso se você usasse seu computador para tentar descobrir quem eu sou, talvez tenha algo nele sobre… — Falava enquanto me lembrava do tempo que havia ficado no exército coreano vendo tanta morte, além das mortes causadas por minhas mãos.

Ainda que eu quisesse me soltar, aquelas plantas pareciam me amar, eu estava bem preso enquanto ouvia a mulher ali comigo falar. Decidi permanecer quieto enquanto ouvia a mesma, pelo menos assim poderia ouvir o lado dela e não só ao meu desespero.

— Muito bem chame a pessoal, como já sabe eu não vou a lugar nenhum e estou disposto a responder todas as suas perguntas. — Falei calmamente sem tentar mais me soltar já que eu podia perceber que não iria valer a pena, caso ela acreditasse em mim talvez conseguiria alguma ajuda para voltar pra casa ou talvez conseguiria mais informações sobre o tal Drakkon.

Quando ela finalmente começou a me perguntar sobre aquele outro ranger e os robôs, esperei pacientemente para poder falar. — Respondendo a primeira pergunta, na verdade eu e ele não viemos do mesmo universo, quando eu fui sugado pelo tal portal eu estava sozinho e eu nunca cheguei a conhecer meus companheiros. — Falava enquanto parava por alguns segundos, tomando um pouco de fôlego.

— Bem o primeiro robô parecia mais alto que o segundo, ele tinha uma mistura de cores, havia algumas partes em verde, outras em cinza e uma pequena porção de laranja, em uma das mãos havia uma arma e seu rosto parecia mais uma máscara, além de que em suas costas havia uma espécie de local para bateria, pelo menos era o que eu poderia notar, suas pernas eram parecidas com a de um bode e também ele tinha uma saia igual a um guerreiro romano. — Falava enquanto dava uma breve pausa e logo fechava os olhos tentando me lembrar do segundo robô.

— Já o segundo robô parecia ao meu ver mais humano, ele tinha o rosto laranja e também parecia estar com uma máscara estilo japonesa igual aos antigos samurais, ele também tinha uma espada e uma roupa branca por cima de seus circuitos, ele era cinza e também tinha alguns detalhes em laranja, além de que eles jogaram uma esfera metálica com robôs de guerra. — Lhe respondia as perguntas de forma sincera enquanto esperava a mesma.

Quando finalmente me senti livre das plantas pude respirar um pouco mais aliviado enquanto ainda me recuperava das dormências e logo percebia que a mulher na verdade era uma alienígena, eu não tinha medo dela e também a respeitava sem fazer nenhuma pergunta de onde ela vinha e porque ela tinha aquela pele além de sua altura e logo apenas ouvia a mesma. Ela estava nos seguindo por bastante tempo desde que chegamos ali e mesmo assim conseguiu se manter distante o suficiente para não a vermos a agora eu tinha ciência que caçadores estavam atrás de nós, esse Drakkon era um cara muito louco e quem em sã consciência iria querer seguir um cara maluco daquele? Me questionava enquanto ela apontava para algum local e logo que me sentia melhor virava meu corpo para onde a mesma apontava e não via nada.

Antes que eu conseguisse falar alguma coisa as árvores começavam a se afastar revelando assim um local bonito ao qual as plantas e as casa ali pareciam se unir em completa harmonia, mais um pouco adentro haviam pessoas pessoas treinando e elas pareciam não seguir esse tal Drakkon já que eles eram como guerreiros assim como eu fui um dia. Como confirmado eles haviam se libertado desse tirano e agora ali naquele momento era um refúgio, ali era a casa deles assim como eu me senti quando o meu universo foi destruído e tudo virou de ponta cabeça e agora eu estava ali vislumbrando que nem todas pessoas eram sozinhas.

Me lembrar dos poucos amigos que tinha era como uma memória borrada em minha mente me fazendo chorar a cada segundo enquanto via eles sorrindo e conversando comigo, minha mãe sempre esteve comigo e meu pai mesmo querendo que eu fosse uma máquina de guerra ainda me amava como o único filho que eu era e seu sorriso ao me ver com meus amigos era a única coisa que ficava em minha mente. Quem sabe não era hora de mudar? Viver sozinho muitas vezes te deixa louco, noutras vezes te deixa triste e assim que a mesma foi me contando sobre seu pai e sobre o lugar em si me senti com sorte de ter caído ali.

— Eu vou lhe ajudar, não quero que tudo se perca como o meu universo. — Dizia limpando as lágrimas que escorriam de meu rosto e assim que me senti confiante abria um sorriso logo apertando a sua mão firmando assim um acordo.

Quando ela ia começar a falar consegui ouvir alguns barulho de alerta como se algo estivesse errado e assim que Nilyjin ergue o braço podia ver uma espécie nova de tecnologia, porém, as imagens e informações eram tão rápidos que eu não consegui entender nada do que estava acontecendo até que ela se vira para mim começando a me explicar a situação. Pelo que parecia os outros rangers estavam em perigo e desta vez eu teria de ajudá-los de qualquer forma já que a cidade onde eles estavam era cheia de assassinos, meu coração batia cada vez mais forte pensando que deixá-los poderia ser uma má ideia e agora eu tinha que trazê-los de volta antes que algo acontecesse com eles.

Ouvia o som ao qual Nilyjin fazia e em questão de segundos senti algo se mover embaixo de mim me fazendo ficar atento até que eu percebi que na verdade isso era uma espécie de camuflagem para um outro bicho, porém, ele parecia ser amigável comigo por talvez estar junto de Nilyjin e logo ela me explica que o mesmo me levaria até a cidade com rapidez. Eu teria de segurar devido a pressão e sendo assim pegava meu apito novamente e rapidamente o assoprava colocando o mesmo em minha testa me transformando, talvez ir com minha armadura ranger poderia me ajudar durante a viagem e sendo assim me transformar antes de subir em Satoth era talvez a coisa certa a se fazer.

— Tudo bem, tentarei trazê-los com segurança. — Dizia assim que algumas escamas dele se abrem e eu logo montava no mesmo enquanto segurava bem e em seguida respirava fundo. — Estou pronto para ir, vamos Satoth. — Falava sem saber se ele me obedeceria, mas Satoth precisava saber que estava pronto.